Resposta dos servidores do Incra/SP ao presidente Lula

Senhor Presidente:

Nós, servidores da autarquia, entendemos que o Incra poderia ser muito mais produtivo, mas não por culpa de greves legitimamente realizadas, e sim porque existem mazelas que há anos atingem o órgão e não foram saneadas:

Ainda este mês, 2 mil servidores do Incra irão se aposentar, em nível nacional. E até 2013, mais 1 mil. Isso significa que, o Incra, que no início de sua gestão, tinha 6 mil servidores na ativa está sendo pensado para atuar na casa de pouco mais de 3 mil servidores, ou seja, um déficit funcional de 50%.

O Senhor Presidente poderia alegar que realizou dois concursos públicos em sua gestão e um terceiro está em fase de realização. Sim, isto é verdade. Meia verdade. Os dois primeiros concursos realizados foram meramente para cobrir parcialmente déficits de outros servidores que já se aposentaram nestes seus oito anos de gestão.   O último concurso, em processo de andamento, é apenas para 550 servidores (mesmo com estudos do Incra que apontam para 3 mil aposentadorias em breve) e ainda assim para atuar com regularização fundiária na Amazônia Legal. Se estes concursos não tivessem sido realizados, o Incra já estaria extinto.

Os salários do Incra estão entre os piores do Executivo Federal. A remuneração dos servidores da reforma agrária e agricultura familiar é apenas 40% do valor recebido por aqueles que trabalham com o agronegócio.  Servidores do nível médio de outros Ministérios recebem mais que profissionais de nível superior do Incra.

Fizemos greve em 2007, na qual conseguimos uma tabela muito aquém da qual pedíamos e a promessa de uma real reestruturação da nossa carreira até 2009. Mas tal acordo não foi cumprido. O prazo esgotou-se, pois ficamos dois anos participando de reuniões com o Ministério do Planejamento, que mais se resumiram a reuniões de perda de tempo.

Aí o Senhor Presidente poderia alegar que os servidores do Incra tiveram aumentos substanciais em termos percentuais. Outra verdade. Mas meia verdade. Quando o Senhor assumiu em 2003, os servidores do Incra, de nível superior, recebiam um salário total de menos de R$ 1 mil (composto por vencimento básico inferior a um salário mínimo, o que é uma indignidade), resultado de um longo período sem reajustes para a carreira do Incra, em governos anteriores. De lá para cá, o Incra teve reajustes que representaram apenas reposições de perdas salariais pelo longo período de congelamento dos salários.

Senhor Presidente, os servidores do Incra fizeram nova greve em 2010, depois de um período de três anos sem greves, pedindo cumprimento do acordo de 2007. Os servidores participaram de diversas reuniões com o Ministério do Planejamento apenas nos últimos meses  – e outras tantas ao longo dos últimos anos, que já perdemos as contas – em que nada de concreto nos foi apresentado para solucionar os nossos problemas salariais e estruturais.

O Incra é o órgão responsável pelo cadastro de toda malha fundiária do país, pela certificação de imóveis rurais, bem como pela reforma agrária, regularização fundiária, titulação de comunidades quilombolas e o controle da aquisição de terras por estrangeiros.  Senhor presidente, até o Senhor descobriu que não dá para se fazer reforma agrária com uma canetada…

Servidores do Incra em São Paulo

São Paulo rejeita proposta do governo

Em assembleia realizada hoje pela manhã, os servidores do Incra em São Paulo rejeitaram a proposta de ajuste salarial apresentada pelo Ministério do Planejamento.

A categoria avaliou que a proposta está muito aquém do reivindicado pelos servidores de São Paulo, ou seja, a equiparação com os fiscais agropecuários do MAPA.

Essa equiparação significava um aumento real de aproximadamente R$ 7.000,00 no salário inicial do analista. E o governo ofereceu apenas R$ 300,00 de aumento no salário incial.

Pior é a situação dos servidores de nível médio: não foi proposto o ajuste na tabela remuneratória, mas apenas uma Gratificação de Qualificação de R$ 250,00.

Como o governo não anunciou quais seriam os critérios para a concessão da GQ, não se sabe sequer quantos servidores seriam contemplados.

Fim da greve

São Paulo permanecia em “estado de greve” desde o dia 19 de maio, quando a paralisação por tempo indeterminado foi suspensa.

Na assembleia de hoje, os servidores decidiram encerrar a greve definitivamente.

A avaliação é de que não há mais tempo hábil para negociar com o governo.

Os servidores também consideram um grave erro a suspensão da greve, proposta pela Cnasi e Condsef logo após a primeira reunião com o MPOG, no dia 5 de maio.

Resposta a Lula

Foi aprovada na assembleia o envio de uma carta à Presidência da República e à imprensa em resposta a declarações do presidente Lula.

Em solenidade de lançamento do Plano Safra, Lula teria dito o seguinte:

“Não é fácil o trabalho no Incra porque todo dia tem uma greve no Incra. Pense num povo que gosta de fazer greve. O pior é que eles fazem greve para a gente perceber que eles estão em greve. Por isso, o trabalho poderia ser muito melhor.”

A carta dos servidores de São Paulo será divulgada também aqui no blog.

Mais uma reunião adiada

O governo cancelou a reunião com os servidores do Incra, que havia sido agendada para hoje.

Outras categorias também tiveram suas reuniões desmarcadas.

O MPOG anunciou que as reuniões vão ocorrer nos dias 16 e 17. Ainda não se sabe a data e horário da reunião do Incra.

Agrônomos rejeitam PL 5920

Os engenheiros agrônomos do Incra rejeitaram a proposta do governo que igualava os salários da categoria ao PL 5920.

De acordo com a Assinagro, uma contraproposta será apresentada ao governo nesta terça-feira.

A contraproposta, que equipara os agrônomos aos fiscais agropecuários do MAPA, será encaminhada diretamente à Casa Civil da Presidência da República.

SP mantém estado de greve

Os servidores do Incra em São Paulo decidiram hoje, em assembleia convocada pelo Sindsef/SP, manter estado de greve.

A greve em São Paulo, iniciada no dia 3 de maio, foi suspensa no dia 19, após a desmobilização incentivada pela Cnasi e Condsef.

Na avaliação da categoria, não há condições para a retomada da paralisação, uma vez que não há um indicativo nacional de greve.

Mesmo assim, em apoio às superintendências que estão se mobilizando para pressionar o governo, os servidores decidiram manter estado de greve e enviar dois representantes a Brasília na segunda-feira para acompanhar a reunião com o MPOG.

Greve

Estão em greve, neste momento, as superintendências de Tocantins, Rio de Janeiro e Rondônia.

Também aprovaram indicativo de greve para o dia 14 as superintendências de Mato Grosso e Santa Catarina.

Assembleias nesta quinta-feira

A Assincra/SP convoca, para esta quinta-feira, dia 10, às 10 horas, Assembleia Geral Extraordinária para deliberar sobre escolha de representante para a vaga de suplente no Conselho Deliberativo da Fassincra.

Às 11 horas, haverá também assembleia do Sindsef/SP para informes e deliberações sobre a campanha salarial. Local: auditório, 8o andar.

Cadê a proposta???

Mais uma sessão de enrolação ocorreu hoje em Brasília, no Ministério do Planejamento.

Como nas outras três reuniões anteriores, não houve proposta.

Não dá nem pra dizer que estamos na estaca zero, pois, com o recuo da greve, perdemos até a estaca.

Como chamar de negociação um processo em que apenas se repete a mesma cantilena da falta de recursos orçamentários?

Como chamar de negociação reuniões que servem apenas para agendar outras reuniões?

Sem se sentir pressionado, o governo perdeu de vez o pudor.

Não respeita nem seus aliados da CUT, tratados como moleques de recado.

A cada reunião fica mais evidente o quão equivocada foi a decisão de suspender a greve.

E a próxima sessão de enrolação já tem data marcada: segunda-feira, dia 14.

Alerta: Golpe da GDARA

E desta vez o culpado não é o governo!

De acordo com o relato de um companheiro aposentado daqui de São Paulo, tem golpe novo na praça.

A tramóia consiste em contatar servidores do Incra para tratar da devolução de uma pretensa sobrecobrança previdenciária relativa à GDARA.

O golpista se faz passar por funcionário do Ministério da Previdência e pede para confirmar dados cadastrais.

Depois, alega que o endereço cadastrado na Previdência está errado e, por isso, o servidor não recebeu o comunicado sobre a devolução.

É fornecido à vítima um susposto telefone do ministério em Brasília para que obtenha informações sobre como receber o dinheiro.

Ligando para o número fornecido, supostos funcionários pedem ao servidor que compareça ao ministério em Brasília no dia seguinte para retirar a grana.

Como, obviamente, nem todo mundo está sempre de malas prontas para viajar ao DF de uma hora para outra, o prestativo funcionário se oferece para depositar o dinheiro.

Desde que a vítima restitua valores correspondentes a descontos como IRPF, Susep, etc. Normalmente os valores são vultosos.

E o funcionário pressiona a vítima a enviar o dinheiro para não ter que retomar o processo do zero e levar mais alguns meses para receber a devolução, sem correção monetária.

Felizmente, nosso colega de São Paulo foi perspicaz e não caiu no golpe.

Fica aqui o alerta.

Tocantins faz chamado à luta

“RECHAÇAMOS A IDÉIA DE NOSSAS REPRESENTAÇÕES DE NÃO QUERER CAUSAR PREJUÍZOS À IMAGEM DO ATUAL GOVERNO, MISTURANDO QUESTÕES POLÍTICO-PARTIDÁRIAS COM OS INTERESSES DA COLETIVIDADE DOS SERVIDORES QUE AO LONGO DOS ANOS DOARAM SUAS VIDAS POR ESSE ÓRGÃO E NESSE MOMENTO NÃO PODEM NEM SONHAR COM UMA APOSENTADORIA E VELHICE MAIS DIGNA.”

Leia o texto na íntegra no blog da Assincra/TO.

RECHAÇAMOS, A IDÉIA DE NOSSAS REPRESENTAÇÕES DE NÃO QUERER CAUSAR PREJUÍZOS À IMAGEM DO ATUAL GOVERNO, MISTURANDO QUESTÕES POLÍTICO-PARTIDÁRIAS, COM OS INTERESSES DA COLETIVIDADE DOS SERVIDORES QUE AO LONGO DOS ANOS DOARAM SUAS VIDAS POR ESSE ÓRGÃO E NESSE MOMENTO NÃO PODEM NEM SONHAR COM UMA APOSENTADORIA E VELHICE MAIS DIGNA,

MPOG marca nova reunião para dia 7

O Ministério do Planejamento agendou nova reunião com os representantes do Incra para dia 7, segunda-feira, às 15 horas.

A Cnasi está orientando as SRs a paralisarem as atividades nesta data.

Mas a verdade é que, depois de todo o esforço da Cnasi e da Condsef em desmobilizar os servidores, nossa capacidade de pressionar o governo tornou-se quase nula.

Apenas três superintendências retomaram a greve: Tocantins, Rio de Janeiro e Rondônia.

O governo, por sua vez, está tranquilo. Nem precisou recorrer ao STJ contra os servidores do Incra, como fez contra o Ibama.

Seus aliados no movimento sindical se encarregaram de liquidar a greve.

Agora, o tempo está a favor do governo.