Qual isonomia nós queremos?

O Ministério do Planejamento recebeu, no dia 12 de novembro de 2009, proposta de estrutura remunerativa dos servidores do Incra.

Para os cargos de nível superior, a remuneração inicial passaria a ser, a partir de julho de 2010, de R$ 11.575,51 e a final, de R$ 17.994,53.

Para os cargos de nível intermediário, a remuneração inicial passaria a ser de R$ 4.896,25 e a final, de R$ 7.538.

Cargos de nível auxiliar teriam remuneração inicial de R$ 4.426,66 e final de R$ 4.522,80.

Essa proposta foi construída após intensos debates.

Quem acompanhou esses debates deve se lembrar de que a tabela discutida inicialmente no GT de reestruturação de carreiras era a do FNDE, que praticamente não apresentava ganho salarial para o Incra.

Era a chamada “proposta palatável ao governo”.

Em plenária da Cnasi realizada no dia 23 de outubro de 2009, foram aprovados os seguintes encaminhamentos:

  • Manter a proposta do PL nº 5920/2009 como marco referencial e pleitear a equiparação dos padrões remunerativos do INCRA com os do MAPA;
  • Proceder a substituição da proposta apresentada no GT pela tabela do MAPA;

A tabela foi encaminhada, mas a argumentação em defesa dos valores não foi aquela aprovada em plenária. A Cnasi e a Direção do Incra falaram apenas em isonomia entre as duas carreiras do órgão.

E agora, às vésperas da greve, vem à baila a discussão apenas em torno da equiparação com os agrônomos.

Embora seja uma reivindicação justa e legítima, a isonomia entre as carreiras do Incra representa um rebaixamento da proposta já oficialmente encaminhada ao MPOG.

Mesmo se for concedida a isonomia com os agrônomos, não ganharemos mais do que 40% dos salários pagos aos fiscais agropecuários do MAPA.

E pior: a isonomia não contempla os servidores de nível intermediário, que hoje são maioria no Incra.

O governo gosta da ideia de dividir os servidores e já anunciou que vai equiparar os engenheiros agrônomos (e, talvez, os engenheiros civis, arquitetos, economistas, geólogos e estatísticos) ao PL 5.920.

Ainda que todos os cargos de nível superior consigam esta equiparação (o que é improvável), continuamos com o mesmo problema: e os servidores de nível médio?

Não podemos aceitar a lógica das carreiras transversais do governo, que beneficiam apenas os cargos de nível superior!

Vamos abrir mão de uma proposta já oficialmente apresentada e que contempla todos os servidores, do nível auxiliar ao nível superior?

Vamos rebaixar nossa reivindicação salarial antes mesmo de receber uma contraproposta do governo?

Qual isonomia nós queremos? A que nivela o salário por baixo? A que torna “uns mais iguais do que os outros”?

Insistimos em que o eixo da nossa campanha salarial, já aprovado em plenária, seja a equiparação com os fiscais agropecuários do MAPA.

E que as negociações se dêem em torno das tabelas já apresentadas ao governo.

Não podemos recuar neste momento!

Confira abaixo as tabelas encaminhadas ao MPOG em 2009:

Proposta de estrutura remuneratória do plano de carreira dos cargos de Reforma e Desenvolvimento Agrário – nível superior

Classe Padrão Subsídio em julho de 2010 (R$)
S

IV

17.994,53

III

17.441,29

II

16.904,17

I

16.382,68

C

III

15.554,94

II

15.072,76

I

14.604,62

B

III

13.861,54

II

13.428,68

I

13.008,43

A

III

12.341,36

II

11.952,78

I

11.575,51

Proposta de estrutura remuneratória do plano de carreira dos cargos de Reforma e Desenvolvimento Agrário – nível médio

Classe Padrão Subsídio em julho de 2010 (R$)
S

IV

7.538,00

III

7.304,26

II

7.077,77

I

6.858,31

C

III

6.470,10

II

6.269,48

I

6.075,08

B

III

5.731,20

II

5.564,28

I

5.402,21

A

III

5.194,43

II

5.043,14

I

4.896,25

Proposta de estrutura remuneratória do plano de carreira dos cargos de Reforma e Desenvolvimento Agrário – nível auxiliar

Classe Padrão Subsídio em julho de 2010 (R$)
S

III

4.522,80

II

4.382,56

I

4.246,66

8 pensamentos sobre “Qual isonomia nós queremos?

  1. Caros,
    A proposta de tabela de nível superior não passa de uma cópia integral que a CNASI fez da tabela que a Assinagro discutiu sim por vários meses com os Peritos Federais Agrários/Engenheiros Agrônomos e apresentou ao governo em outubro, e que também foi colocada nas 11 emendas do PL 5.920. Basta conferir.
    Tabém, a CNASI não defendia Subsídio nas discussões do MPOG. Defendia VB + várias gratificações.
    É só cópia que a CNASI fez da proposta da Assinagro e enviou ao MP para prejudicar as discussões dos Eng. Agrônomos.

  2. Espero que tudo que seja tratado nesta reunião seja repassado imediantamente às bases, inclusive qualquer proposta feita pelo MPOG para que não haja omissão de informação como aquela de reajuste de 40 % na GDARA que houve à época da última ou penúltima greve e foi rejeitada pela antiga direção da Cnasi, visto que não beneficiaria aqueles que estavam se aposentando.Além disso, temos que ter conciência que o pessoal de nível intermediário e nível médio não serão tratados de forma igual pelo MPOG em relação aos servidores de nível superior.Esse tratamento está consolidado e não muda.Vejam a tabela do último acordo.Não se espantem se nos forem oferecida a tabela do PL 5920.
    E aí o que faremos? aceitaremos esse aumento ou insistiremos em querer um tratamento igual entre nível superior e médio?Comparando a remuneração de um profissional de nível superior do INCRA com a iniciativa privada e com as demais carreiras de analistas no governo federal percebo que existe uma diferença gritante.Todavia, não consigo perceber essa mesma diferença em relação à remuneração de nível médio.Aguardo comentários de vocês colegas.

  3. Não entendo porque tamanha preocupação com o pessoal de nível médio e intermediário.Vocês estão querendo a remuneração de um servidor de nível médio R$4.800 reais, superior a de um técnico administrativo do MPU que recebe hoje R$ 4.500.

  4. Caro Analista,

    Os servidores de nivel medio não recebem a remuneração de R$ 4.800,oo reais.
    A maioria ja esta na casa a 25 anos ou mais, podemos mostrar os holerites e não recebemos o postado por voce.
    Voce atualmente esta contente com o seu salario, esta dando para a familia viver!
    Tambem temos familia e filhos para sustentar.
    Devemos sim nos preocupar com todos os servidores independente de nivel, afinal todos somos SERVIDORES DO INCRA.

    CARO COLEGA NÃO OLHE APENAS PARA O SEU UMBIGO.

  5. É de pessoas como o “ANALISTA” que não precisamos no movimento. A greve tem de ser sólida, com o grupo “fechado” e focado. Se o interesse particular for maior que o coletivo, será tarefa fácil desistabilisar o movimento, e isso esse governo sabe muito bem. Os olhos que o ANALISTA nos olha, são os mesmos olhos com os quais os Agrônomos olham eles, os Analistas. É uma pena que nem todo mundo consiga perceber isso. Paciência…..

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